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Oxigenoterapia na Insuficiência Respiratória Aguda

Já dizia o velho ditado que “o que diferencia o remédio do veneno é a dose”. Essa máxima popular deve ser lembrada na oxigenoterapia, que, quando adequadamente aplicada, traz benefícios no manejo da insuficiência respiratória aguda (IRpA), porém, se ofertada de forma equivocada, pode ter efeitos deletérios. Uma revisão sistemática publicada no The Lancet (2018) mostrou aumento de mortalidade com a oferta de O2 suplementar para pacientes com saturação normal. 

Vamos entender melhor sobre o tema?

  • Qual seu objetivo? Manter valores adequados de PaO2, aumentando a concentração desse gás no ar inspirado via oferta de oxigênio suplementar.
  • Como é administrada? Por dispositivos de baixo fluxo (FiO2 variável, determinada por fatores como tipo de interface, anatomia do indivíduo, quantidade de gás entregue) ou de alto fluxo (FiO2 constante). 
  • Quais os principais dispositivos? Baixo fluxo: cateter nasal, cânula nasal, máscara facial, máscara com reservatório, máscara de traqueostomia. Alto fluxo: máscara de Venturi, cânula nasal de alto fluxo. 
  • Para quem está indicada a oxigenoterapia na IRpA? A SpO2 deve ficar em valores ≤96% (recomendação forte) em pacientes em oxigenoterapia. Pacientes com IAM ou AVC: não iniciar oxigenoterapia se SpO2 ≥90% (se ≥93%
    recomendação forte; se 90-92%, recomendação fraca). 
  • Maioria dos pacientes:  se SpO2 no intervalo de 90%-94%, razoável iniciar a oxigenoterapia. Pacientes com risco de insuficiência respiratória hipercápnica: considerar SpO2 no intervalo de 88%-92% para suplementação. Usar o mínimo de O2 necessário. 
  • Quais são os riscos e como evitá-los? Lesão pulmonar e em outros tecidos, com efeitos na distribuição da perfusão tecidual. Para minimizá-los, observar: indicação correta, pressão absoluta de oxigênio oferecido, duração da exposição e sensibilidade individual. 

É indispensável que os profissionais de saúde conheçam a importância da oxigenoterapia e, sobretudo, as consequências de seu uso inadequado, buscando sua maior efetividade no manejo da IRpA e evitando danos.


Post elaborado por:

Dr Luciano | MedGuideXP

DR. LUCIANO AZEVEDO

Médico formado pela Universidade Federal da Paraíba, com residência médica em medicina interna e medicina intensiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1999). Doutor em ciências médicas pela Faculdade de Medicina da USP (2004).
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Colaboração acadêmica

Karen Chequer

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Site atualizado em:
17:02 | 26/09/2024
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